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A minha " Viagem ao Infinito " de Jane Hawking

Segunda-feira, 26.03.18

         Acabei de ler o livro da Jane Hawking  , “ A Viagem ao Infinito” ,o  livro que inspirou o filme “A Teoria de Tudo” do Stephen Hawking ;

      Ainda não li os livros do Stephen Hawking e confesso que não entendi ainda muito bem qual a sua contribuição para a ciência ou para a humanidade ; Sim, foi  um grande  físico, cosmólogo e  professor  e que  descobriu em 1974 que buracos negros emitem radiação térmica devido a efeitos quânticos e que estes fazem um buraco negro perder massa. Embora esta perda de massa seja muito pequena, com um longo tempo ela faz o buraco negro evaporar" ; Ok , mas não percebo nada disto que escrevi.... vou ler para poder comentar algo que seja; 

    Jane, que  esteve casada com  Stephen durante quase 25 anos,  apresenta neste livro,  um relato franco sobre a sua vida ,  em  como tentava equilibrar os cuidados constantes que o marido exigia com as necessidades de uma família em crescimento (três filhos), em como deixou para trás alguns sonhos a favor da carreira do marido, etc... ; De facto quando mais  o prestígio do Stephen disparava a par da sua doença neuromotora , mais os sonhos e ilusões de Jane se apagavam; Viveu longos anos na sombra mas não se deixou apagar embora  se encontrasse imensas vezes perto do abismo; 

   Achei ,de facto o livro inspirador, por diversas razões : 

1. O amor de Jane , leve, simples, puro; Mesmo sabendo da doença e que o futuro marido tinha uma esperança de vida de 2/3 anos, seguiu em frente ; Ela não previa, com certeza o sucesso que o marido iria alcançar, nem o tempo de vida; Foi em frente, por ele e para ele; 

2.  A fé de Jane : para ela,  Deus é uma certeza,  apesar do marido ser  ateu ;  Sempre foi firme na sua fé e confessou no livro que nas horas mais dificeis, que foram muitas , foi precisamente essa fé que a manteve de pé e confiante ;  “No início o Stephen respeitava a minha fé”, disse Jane. “Mas com os anos ele tornou-se mais provocador”. Um dos momentos mais polémicos foi quando Hawking disse em Madrid, , que Deus não existe. “Sou ateu. A religião acredita em milagres, mas estes são incompatíveis com a ciência”.

3. O espirito de sacrificio em prol dos outros , e Stephen Hawking correspondeu a esses  sacrifícios tornando-se “o cientista  mais brilhante da atualidade”. Tentou sempre manter a tranquilidade, a harmonia no seu lar, evitando ao máximo que o sucesso do marido destruisse a normalidade que ela queria manter enquanto familia; 

4. A sua persistência : Interrompeu a sua tese de doutoramento em poesia espanhola medieval quando casou, em 1965  mas tinha prometido ao seu pai que iria terminá-la; Tiveram  três filhos: Robert nasceu em 1967, Lucy em 1970, e Timothy em 1979. Depois de anos trabalhando na tese , concluiu- a finalmente em abril de 1981.

5. A sua dedicação  : além da dedicação ao marido e filhos, sempre que lhe era possivel participava em diversas campanhas de solidariedade , em atividades da igreja anglicana, em concertos , dava aulas na sua casa, cuidava dos filhos, .... ; 

6. A sua força : suportou imensas criticas por parte da familia do marido e pela equipa de enfermagem  que cuidavam de Stephen quando o seu estado de saude exigia cuidados permanentes; Diziam que era preguiçosa, que tinha um caso com o seu amigo Jonathan Jones, que foi um fiel amigo durante anos do casal , que era negligente, que era interesseira,que era ignorante nos cuidados ao marido ... ; aguentou a ingratidão  chocante do marido quando ele resolveu sair de casa para viver com a enfermeira que cuidava dele; 

     E , no final, não viveram felizes para sempre ; Stephen Hawking podia controlar a sua mente mas não controlou o seu ego, a sua vaidade nem o seu coração; não acreditava em Deus, mas agia como se fosse um; Mas sempre acabou por descer do pedestal para se reconciliar com a familia; Partiu , em paz talvez ; E onde está a Paz, está Deus;

  

a viagem ao infinito.jpg    

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publicado por Maria Oliveira às 23:02